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Me, myself & EM

O meu blog :) Finalmente!!! Espero que possa contribuir, de alguma forma, com alguma "ajudinha" a toda a gente que padece e partilha de EM (ou a dita cuja, Esclerose Múltipla). A todos, desejo: "Um dia de cada vez"!

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Última RM - Icobrain

Por volta desta altura, é sempre tempo de voltar a repetir a RM anual de controlo da EM. Este ano, resolvi fazer noutro local, já que saiu um novo software “Icobrain MS” da Icometrix, que pessoalmente penso que irá revolucionar o mundo das RM´s em pacientes com esclerose múltipa. Este software basicamente utiliza a Inteligência artificial para dar uma quantificação do volume cerebral, tanto em substância branca como em substância cinzenta, comparando este volume com pessoas saudáveis. Faz também uma segmentação das lesões por cores (lesões peri-ventriculares a amarelo, justa-cortical a vemelho, infra-tentorial a verde e substância branca a azul) assim como uma interpretação destas lesões ao longo do tempo. Antigamente as lesões eram contadas pelos médicos, uma a uma, hoje em dia, este software dá uma representação automática destas lesões não sendo necessária essa contagem e fazendo-o com uma precisão de 90%.

Em concordância com a médica que me costuma fazer os relatórios, decidimos fazer contraste, já que não fazia há sensivelmente 5 anos. Apesar de muitos médicos optarem pela injecção de contraste nos exames de controlo de EM, eu fiz uma espécie de acordo com a minha médica, no sentido de minimizar ao máximo estas injecções de contraste. O contraste muitas vezes serve para diferenciar se as lesões estão activas ou não, através da captação ou não de contraste por essas lesões. Não há muito tempo, chegou-se à conclusão que o contraste da RM não é totalmente inócuo, como se pensava inicialmente, em que o mesmo, pode permanecer nos tecidos e sistema linfático por vários meses e anos, não sendo totalmente excretado pelo organismo, por isso se houver maneira de minimizar estas injecções de contraste, acreditem que irei minimizá-las.

Quanto à RM em si, após hora e meia de extrema concentração em me manter quieta (decididamente é o que me custa mais), lá consegui sair. De há uns anos para cá, que os resultados têm sido muito favoráveis. Não só não têm havido lesões novas, como as existentes têm diminuído a sua expressividade a cada nova RM. A minha médica inclusive, diz que nunca teve nenhum paciente em que isto se passassse. Normalmente e comparativamente, segundo ela, se formos comparar as últimas RM´s de pacientes com EM, com as primeiras, há sempre um declínio acentuado, em que as primeiras estão sempre melhores que as últimas. No meu caso, o que se tem passado é o inverso. Disse-me também que se não conhecesse o meu historial clínico, não poderia neste momento fazer com assertividade, um diagnóstico de EM, apenas e só com base na minha RM. Claro está, fico com um orgulho enorme quando ouço estas coisas. Conseguirmos manter uma doença destas controlada, acaba por ser um esforço tremendo e conseguir ver esse esforço trazer resultados, não tem valor.

Este ano, esse resultado não foi favorável. O relatório falava em incontáveis lesões (e aqui leva-se um murro no estômago) e uma evolução da doença (segundo murro). Já era expectável, porque o equipamento era mais recente, mas lidar com isto não é fácil. Confesso que levei alguns dias para digerir a notícia. Mas. Como tudo na vida, temos de seguir em frente. Não vale a pena pensarmos muito no assunto, é deixar fluir. Um resultado mau em mais de 5 anos, não me parece assim tão mau, por isso, estamos na luta novamente.

Este post hoje, dedico à minha médica mais que tudo (Dra. Ana Braz) que me tem seguido ao longo destes anos. Que nunca se esquece tão pouco das datas e que pressiona a toda a hora para manter os prazos alinhados. Não poderia também tão pouco deixar o meu neurologista sair incólume daqui por isso a eles, o meu grande bem-haja.